
Sou esta raiz que outrora esteve tão fixa ao chão, onde me senti Rei e Senhor da razão, sem vacilar nem questionar alimentava-me daquilo que este Chão me proporcionava...
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"Tudo era tão simples e repleto de cor" que pensei que as minhas certezas seriam eternas e imutáveis não fossem elas tão simples quanto eu as queria entender.
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("Mal sabia eu que as certezas são as nossas maiores prisões")
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Convicto e munído de certezas sobre a simplícidade da vida, vislumbrava a monotomia do dia de solstício que me era estranhamente familiar. Os campos mudavam de cor com a naturalidade que lhes era exigida, o Sol brilhava e percorria o céu, como se bailando harmoniosamente ao Som de uma musica celestial que os lindos passaros (cumplíces) faziam questão de nao a fazer faltar e cantavam... cantavam..
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..Que olhei para o Horizonte e não encontrei sinal do Sol(do calor energético mas aconchegante), da Lua(do seu brilho harmonioso e terno) das Estações tão vincadas e das suas caracteristícas ainda mais impares.
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Então aí, o tempo parou: num segundo que teimava em passar, o Mundo remeteu-me para um tormento insuportável e que pela primeira vez me deixara a questionar não o dia de amanha mas sim o dia de Hoje.
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<"Prenuncio de que um mal nunca vem só...Talvez algo mais">
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Notóriamente assustado e numa impávida mas dolorosa contemplação, procurava pela primeira vez, uma explicação para a ausência daquilo que tanto tinha como certo.
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Temia(e tremia) pela minha vida, enquanto sentia na pele o vento e a chuva gradualmente me fustigarem tal como se de um acontecimento pré-destinado se trata-se.
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Pensava numa tentativa de justificação para encontrar a lógica de tal acto cruel, mas logo percebi que "nem tudo na vida tem que fazer sentido ou mesmo ter razão de ser" por muito que nos custe aceitar/entender.
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"Alguem me tirou o chão por debaixo dos pés"
A chuva caía de um céu choroso, e as gotas desabafavam entre si um grito de revolta contra os Deuses e Eu mesmo sem as conseguir ouvir conseguia sentir a sua dor na pele.
Aí então, a dor partilhada tornou-nos cumplíces do momento, num um barco á vela sem vento estavamos alí predestinados a ser amantes sem nocção do espaço, matéria...tempo.
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Subitamente sinto-me estranho e inseguro, como se a raiz que sou deixasse de cumprir a sua função e deixa-se de me suportar no chão(....)
(continua.. tou sem ideias hoje =/)
